segunda-feira, 10 de maio de 2010

PITTY - CHIAROSCURO

 PITTY - CHIAROSCURO
Álbum Chiaroscuro explora o feminino e o lado narcísico da cantora Pitty
Por Herbert Bastos

Relações"Mulher,ai, ai,mulher. Sempre mulher:dê no que der”, Tom Jobim, esperto como era, em muitas de suas letras prestou homenagens as mulheres que fizeram parte da vida dele. No mês em que é comemorado o dia internacional da mulher, a coluna Cultura em Revista do mês de março será especial e só serão elaborados artigos  que serão verdadeiros tributos à mulheres que de alguma forma sensibilizaram o articulista que vos fala, que é mais conhecido como Herbert Bastos.

Escritoras, cantoras, poetas, atrizes, cineastas serão vistas por aqui até o fim do mês de março. Mas como, em tão pouco tempo, falar de tantas mulheres numa coluna que é semanal?Excepicionalmente nesse mês, devido a uma não organização do atrapalhado colunista, a Cultura em Revista será publicada hoje, sexta-feira, e atualizada mais de duas vezes por semana a partir da próxima segunda-feira até o dia 31. Portanto, fiquem atentos a edição especial desse mês.

RelaçõesAcho interessante começar esse especial falando da Pitty: em seu último albúm, Chiaroscuro, lançado em CD e LP, ambos abençoados pelas lonas do Circo Voador, tem uma faixa que chama muita atenção pela forma em que a mulher pós-moderna é desconstruída. Não poderia existir um nome mais apropriado que “Desconstruindo Amélia” para uma música que fala de forma escancarada como a mulher contemporânea é vista pela sociedade que a criou e como ela mesma enfrenta seus conflitos de mulher.

A mulher ocidental foi educada para ser a rainha do lar, cuidar da casa, dos filhos, do marido e por último, se sobrasse tempo, cuidar de si mesma: fruto de uma cultura extremamente machista que durante muito tempo insistiu em ratificar o tempo todo que a mulher era inferior ao homem e por isso não poderia trabalhar “como um homem” trabalha, e que seu lugar era em casa e não no mercado de trabalho realizando atividades até então consideradas exclusivamente masculinas.Relações

Aí chegou Simone de Beauvoir posicionando a mulher no mundo, dizendo para quem quisesse ler a sua obra mais conhecida e estudada , “O Segundo Sexo”, que a mulher é formada a partir da cultura em que é inserida e que jamais foi um “homem com defeito”, como dizia Freud....Mas deixando essas divagações de lado, que por um lado ajudam e ilustram o que a Pitty canta em Desconstruindo Amélia: a música faz justamente uma crítica a subjetividade masculina em que a mulher contemporânea foi moldada, as dificuldades de romper com resquícios que ainda permanecem e que as fazem sentir a eterna culpa por terem ido a luta em busca de seus objetivos profissionais mesmo sabendo que não irão acompanhar  de perto o crescimento do filho que ainda é tão dependente de seus cuidados de mãe e a eterna dúvida que as persiguirá para sempre: será que fiz a coisa certa ou o mais correto seria eu ter ficado em casa cuidando de tudo e acompanhando de perto o crescimento do meu filho.

No último show que Pitty fez no Circo Voador, a cantora deixou claro em toda sua performance no palco que  as mulheres cada vez mais querem assumir o lugar dos   “machos” e acabam mudando de comportamento para mostrar que são tão capazes quanto eles de realizar atividades antes entendidas como sendo exclusivamente masculinas.....Isso tudo só vai mudar mesmo quando os homens deixarem de ser MACHOS e exercitarem  uma sensibilidade que nos foi podada ainda na infância, quando ainda ouviamos: “Você é um homem ou um rato? Cê tem que aprender a ser macho, rapá”.

Essa é a crítica que faço a nós homens, que desde pequenos, por um erro cultural, fomos educados para sermos machos e fatalmente acabamos enxergando o mundo pela nossa ótica: que nem sempre significa ser a mais correta.....É mais ou menos por aí a crítica que Pitty faz  em Desconstruíndo Amélia, que é um achado que divaga no comum e necessário a ser dito aos seus seguidores, que em grande maioria estão transitando entre o fim de uma adolescência e o início de uma vida adulta e construindo suas personalidades.

Chiaroscuro é um Álbum em que a sensibilidade, o narcisismo e a feminilidade de Pitty estão aflorados: o tesão como ela canta determinadas músicas que é capaz de fazer os mais sensíveis  terem não só admiração pela forma que extravasa o que quer dizer com determinada letra, a forma como fala do comportamento e anseios femininos são completamente bem-vindos.


Fonte: WTN Web e Television Net Work

Bem Vindos ao CissaLovePitty.... Comentemmm!

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